Ponto Novo: Barragem está vertendo a cerca de 60 dias e Projeto de Irrigação continua parado; confira dados.

Desde o dia 08 de maio, a barragem de Ponto Novo está vertendo e o projeto de Irrigação parado, mostra que o motivo da paralisação não foi água e sim questões políticas.

Informações abaixo Artur Paiva:

O Itapicuru Açu, após a construção da Barragem de Ponto Novo, passou por duas fases críticas, a primeira em 2013 quando o reservatório chegou a 12% e em 2017 quando desceu a 23,88% da capacidade. A partir de setembro de 2017, o Rio tem mostrado que voltou a normalidade do seu potencial, sempre acumulando. Nos últimos 9 meses, além de acumular 48 milhões e 548 mil m³, 100,55% (incluindo a ampliação) houve um extravasamento até ontem 07/07/2018 de mais 38 milhões e 355 mil m³, ou seja, a soma do acumulado mais o extravasado foi de 76 milhões e 583 mil m³, volume equivalente a duas Barragens de Ponto Novo antes do Fusegate.

O volume vertido sobre o Fusegate nos últimos 60 dias, de 08/05/2018 a 07/07/2018, encheria 17 Barragens do Rio Aipim, 2,3 Barragens de Pindobaçu, 1 Barragem de Pedras Altas, se existisse a Barragem de Casco do Cavalo em Espanta Gado, identificada para acumular 32 milhões e 955 mil m³, estaria totalmente cheia e sobre ela já teria extravasado o equivalente a 2,5 Barragens do Rio Aipim, ou ainda se existisse a Rio das Pedras/Angelim, com o volume que foi identificado de 67 milhões de m³, já estaria com 60% da capacidade.

Como o Projeto de Ponto Novo está reduzido praticamente aos 145 lotes dos reassentados mais 60 em implantação (MPA e MST) totalizando aproximadamente, 1000 hectares, se estivessem totalmente implantados e irrigando 100% desta área, e considerando a mesma proporção existente no auge de produção do passado, haveria um consumo em torno de 650 l/s. Somando-se a este, toda capacidade instalada para retiradas da Embasa, 450 l/s, incluindo a adutora para Barragem de Pedras Altas, 250 l/s, obra que foi iniciada semana passada, e desconsiderando os acumulados nos reservatórios de Pindobaçu e Ponto Novo, ou seja, apenas o volume extravasado nos últimos 60 dias (38 milhões e 355 mil m³) seriam suficientes para atender todas estas demandas durante 329 dias ou seja 11 meses. 

É extremamente importante salientar que tudo isto ocorreu sem precipitações expressivas pois a maior vazão registrada no período foi 19,8 m3/s. A média destes 60 dias foi de 7,4 m3/s, muito inferior à média do primeiro semestre de 2016, acima de 25m3/s, com registros de até 125 m3.

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