O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (11) que o reajuste para policiais pode ficar para 2023, se não houver entendimento com demais servidores. O governo federal reservou R$ 1,7 bilhão no orçamento deste ano para conceder aumento para policiais federais, rodoviários federais e agentes penitenciários.
A medida, contudo, foi amplamente criticada pelo restante do funcionalismo público, cuja maior parte não recebe aumento desde 2017.
Policiais fazem parte da base eleitoral do presidente, que está atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.
"Se houver entendimento, por parte dos demais servidores, alguns ameaçam greve, etc, a gente pretende conceder essa recomposição aos policiais federais, rodoviários federais e aos agentes penitenciários. Se não houver entendimento, a gente lamenta e deixa para o ano que vem", afirmou Bolsonaro, em entrevista à TV Brasil.
O presidente reconheceu haver uma "polêmica" sobre o aumento, e disse que houve uma "grita geral".
O Congresso, quando votava o orçamento de 2022 em dezembro do ano passado, chegou a retirar a previsão de reajuste para os policiais.
Contudo, após articulação do próprio presidente, a medida voltou para o texto.
Desde então, servidores públicos de diferentes categorias ameaçam greve. No final do ano passado, a possibilidade de reajuste levou a uma debandada na Receita Federal --mais de 300 auditores fiscais entregaram cargos de chefia.
Integrantes do governo passaram a tratar como certo que não haverá reajuste neste ano para nenhuma categoria. Ainda que o benefício fosse para uma parcela considerada do eleitorado do presidente, ele foi aconselhado por aliados a deixar de lado a medida, diante do potencial de se tornar um "tiro no pé".
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